Lucentis é usado também para terapia de prognostico de DMRI
Da Redação / Notícia da Manhã
Uma nova droga abre possibilidade dentro da oftalmologia para ou cura – ou amenização – de doenças como edema macular. Estudos sobre o Lucentis revelaram que a droga mostrou-se eficaz no tratamento de edemas maculares diabéticos.
O medicamento atualmente é usado no tratamento de DMRI – degeneração macular relacionada à idade -, porém, de acordo com sua bula, é possível um uso mais amplo do medicamento, visando tratar os edemas maculares diabéticos também.
O paciente diabético, principalmente o que apresenta altas taxas de glicemia no sangue, pode ser acometido de grande fragilidade nos vasos sanguíneos que cercam a retina, levando, muitas vezes, a ocorrência de vazamentos nessa região, o que causa o chamado edema macular. Como sintomas, a perda na quantidade e na qualidade de visão são os primeiros sinais da presença do edema e, sem tratamento, a visão fica cada vez pior.
Segundo o médico oftalmologista Dr. Thiago Pardo Pizarro, a forma de tratamento mais usual quando o diagnóstico de edema macular diabético é feito no início da doença é a fotocoagulação a laser. O procedimento consiste na cicatrização dos vasos sanguíneos rompidos por meio da ação do laser sobre a área danificada. “Porém, agora, temos uma nova opção de terapia, que trará mais benefícios. Com as aplicações da droga Lucentis, a recuperação da visão é mais rápida, resgatando a visão do paciente em pouco tempo. A mácula é responsável pela visão central necessária para ver os pormenores essenciais à realização de tarefas quotidianas tais como conduzir, ler e reconhecer rostos. Com esta nova possibilidade, a pessoa poderá retomar tarefas simples e obter uma melhor qualidade de vida”, destaca.
No Brasil, a utilização de terapia farmacológica como tratamento adjuvante tem se mostrado importante. A substância ativa do Lucentis é o ranibizumab, conhecido como uma pequena porção de um anticorpo monoclonal, que é um tipo de proteína que foi concebido para reconhecer e ligar-se a uma estrutura específica que se encontra em determinadas células do organismo. Assim, o ranibizumab foi concebido para bloquear uma substância chamada fator de crescimento endotelial vascular A (VEGF-A), uma proteína que faz com que os vasos sanguíneos se desenvolvam e derramem fluido e sangue, efeitos estes que agravam a lesão da mácula. Ao bloquear este fator, o ranibizumab reduz o crescimento dos vasos sanguíneos e controla o derramamento de fluido e o inchaço da mácula.
Contudo, este tratamento alternativo deve ser ajustado a cada paciente, mediante uma consulta oftalmológica que poderá indicar qual o melhor tratamento dentro de um quadro de exames. "Estamos diante de um avanço na oftalmologia. Contudo, não são todos os pacientes que podem recorrer a esta terapia. Por isso é importante procurar um oftalmologista, pois ele poderá avaliar o caso e estabelecer os tratamentos disponíveis”, ressalta. E ainda completa. “Além disso, o diabético que possui edema macular deve ainda tomar outros cuidados, como controlar o açúcar no sangue e ter hábitos saudáveis de vida. Tudo isso contribui para a visão, inclusive.”
O edema macular diabético atinge principalmente pacientes com diabetes tipo 2. No Brasil, segundo a Federação Internacional de Diabates, em 2030, serão 12,7 milhões de brasileiros atingidos pela doença. Em praticamente todos os países desenvolvidos, o diabetes é classificado entre as principais causas de insuficiência renal, amputação de membros inferiores e cegueira. Por isso, procure seu médico regularmente.
Notícia publicada no portal Notícia da Manhã, em 26.03.2013