Os hormônios sexuais femininos estão relacionados a
muitas funções no organismo da mulher, inclusive à visão. A síndrome do olho
seco na pós-menopausa é o problema ocular mais conhecido, mas não é o único.
Doenças do sistema reprodutor como a ooforite (inflamação dos ovários provocada
por caxumba) ou a SOP (Síndrome do Ovário Policístico) que leva às disfunções
do LH (hormônio luteinizante) e do FSH (hormônio folículo estimulante) podem
interferir na saúde dos olhos quando provocam menopausa precoce.
Isso porque, a menopausa precoce, interrupção da
menstruação antes dos 45 anos, aumenta o risco de catarata, doença que torna o
cristalino turvo e responde por 47% dos casos de cegueira no mundo, segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS).
A menopausa precoce predispõe à catarata prematura porque o epitélio (camada externa) do cristalino tem receptores de estrogênio capazes de inibir proteínas chamadas de fatores de crescimento, como o TGF-beta, que induzem à doença. Não quer dizer que toda mulher que tem menopausa precoce deva fazer reposição hormonal para proteger a saúde dos olhos. Isso porque é necessário diagnosticar a causa da queda de hormônios que em muitos casos requer outras terapias. Este é o caso da ooforite e da SOP. Dos hábitos que alteram as funções ovarianas e oculares como as rotinas estressantes, fumar ou ingerir bebidas alcoólicas, ou ainda das alterações sistêmicas como o diabetes e disfunções da tireóide.
Mudança repentina de peso sinaliza perigo
Perda ou ganho de peso repentino é um dos sinais de disfunções da tireóide que podem interferir na saúde ocular e na produção dos hormônios sexuais femininos. Nem sempre estas alterações ocorrem simultaneamente, mas a disfunção da tireóide, sem qualquer outra alteração conjunta, representa maior risco para a visão da mulher.
A estimativa é de que 3% da população feminina
tenham menopausa precoce, enquanto dados da Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia apontam que 10% das mulheres de até 40 anos têm
disfunções da tireóide que na maioria dos casos são provocadas pelo consumo de
sal acima das 6 gramas diárias recomendadas pela OMS. O médico explica que o
excesso de sal eleva a concentração de sódio no organismo e isso aumenta em 53%
o risco de catarata por dificultar a manutenção osmótica das células do
cristalino.
Por isso, é muito importante a visita regular ao
oftalmologista, em qualquer fase da vida, pois através de exames de rotina é
possível detectar doenças precocemente, identificar suas causas e apontar
possíveis tratamentos para a cura.
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